2 de fevereiro de 2014 0 comentários

Maturidade Cristã

“Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim.”
(Colossenses 1:28-29)

Ultimamente muito se tem ouvido falar sobre o crescimento explosivo de algumas igrejas, em várias partes do mundo. As estatísticas nos surpreendem, por isso não é exagero descrever este crescimento como “explosão”. Em nosso Brasil, por exemplo, o número de evangélicos aumentou 61% nos últimos 10 anos; na China, a igreja cresceu pelo menos cem vezes desde a metade do século 20.

Entretanto, não podemos nos enganar, pois a maioria dos casos trata-se de crescimento sem profundidade. Como podemos afirmar isto? É simples, basta olhar pra vida dos crentes.

Recentemente um líder do sul da Ásia disse que, apesar do grande crescimento numérico da Igreja em seu país, existe um enorme problema de falta de consagração e integridade. De modo semelhante, um líder africano afirmou que, apesar de estar consciente do rápido crescimento da Igreja Africana, ele é em grande parte numérico, mas sem uma base bíblica e teológica forte.

É o que chamamos de “crescimento sem profundidade”, o que não parece tão sério para uma geração que “quer pressão” (como diz um “cantor gospel” do momento), mas não tem e nem quer conteúdo. Lamentável!

A situação é séria porque desagrada a Deus. Assim afirmamos porque os apóstolos cujas cartas encontramos no Novo Testamento censuraram seus leitores pela imaturidade deles e os encorajaram a crescer. Medite, por exemplo, na crítica de Paulo à Igreja de Corinto: “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições, porque ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos?” (1 Coríntios 3:1-3).

Diante desta drástica realidade, pergunta-se: “o que é maturidade cristã?”.
Logo concluímos que se trata de algo que não é fácil de ser obtido, pois a maioria dos cristãos sofre de imaturidades prolongadas. Ainda que seja adulto, existe escondida uma criança ali (em algum lugar).

Existem diversos tipos de maturidade. Existe a física (ter um corpo saudável e bem desenvolvido, a intelectual (ter uma mente disciplinada), a moral (aqueles que “têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” – Hebreus 5.14), a emocional (ter uma personalidade equilibrada, capaz de estabelecer relacionamentos e assumir responsabilidades). No entanto, acima de tudo, existe a maturidade espiritual. E isso é o que o apóstolo chama de maturidade “em Cristo”, ou seja, ter um relacionamento maduro com Cristo.

Segundo o grande teólogo John Stott, “ser maduro é ter um relacionamento com Cristo, no qual o adoramos, confiamos nele e lhe obedecemos”.

É hora de deixarmos de lado o “leite espiritual”, a “mamadeira”, e buscarmos o crescimento que só o Senhor pode nos dar. Amadurecer! Ainda que seja doloroso, porque crescer dói.
Encerro, com a frase dita por Cao Shengjie (presidente do Conselho Cristão Chinês):

“Alguns dizem que a Igreja está indo bem quando há crescimento numérico [...] e queremos ver pessoas sendo acrescidas à Igreja todos os dias. Porém, não estamos buscando apenas números, mas que o aumento nos números corresponda à confirmação de fé da Igreja.”

Não caia no erro de pensar como os cristãos megalomaníacos do presente século!
Que Deus possa nos ampliar a visão, para que possamos crescer em maturidade, e para que através de nós outras pessoas também possam mostrar-se maduras.

Deus nos abençoe!

Na graça e no amor de Jesus,

Pr. Ciro Mendes Freitas




 
;