“Nós
o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, a fim de
que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforço,
lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim.”
(Colossenses 1:28-29)
Ultimamente muito se tem ouvido falar sobre o
crescimento explosivo de algumas igrejas, em várias partes do mundo. As
estatísticas nos surpreendem, por isso não é exagero descrever este crescimento
como “explosão”. Em nosso Brasil, por exemplo, o número de evangélicos aumentou
61% nos últimos 10 anos; na China, a igreja cresceu pelo menos cem vezes desde
a metade do século 20.
Entretanto, não podemos nos enganar, pois a maioria
dos casos trata-se de crescimento sem profundidade. Como podemos afirmar isto?
É simples, basta olhar pra vida dos crentes.
Recentemente um líder do sul da Ásia disse que,
apesar do grande crescimento numérico da Igreja em seu país, existe um enorme
problema de falta de consagração e integridade. De modo semelhante, um líder africano
afirmou que, apesar de estar consciente do rápido crescimento da Igreja
Africana, ele é em grande parte numérico, mas sem uma base bíblica e teológica
forte.
É o que chamamos de “crescimento sem profundidade”,
o que não parece tão sério para uma geração que “quer pressão” (como diz um
“cantor gospel” do momento), mas não tem e nem quer conteúdo. Lamentável!
A situação é séria porque desagrada a Deus. Assim
afirmamos porque os apóstolos cujas cartas encontramos no Novo Testamento
censuraram seus leitores pela imaturidade deles e os encorajaram a crescer.
Medite, por exemplo, na crítica de Paulo à Igreja de Corinto: “Irmãos,
não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em
Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em
condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições, porque
ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão
sendo carnais e agindo como mundanos?” (1 Coríntios 3:1-3).
Diante desta drástica realidade, pergunta-se: “o
que é maturidade cristã?”.
Logo concluímos que se trata de algo que não é
fácil de ser obtido, pois a maioria dos cristãos sofre de imaturidades
prolongadas. Ainda que seja adulto, existe escondida uma criança ali (em algum
lugar).
Existem diversos tipos de maturidade. Existe a
física (ter um corpo saudável e bem desenvolvido, a intelectual (ter uma mente
disciplinada), a moral (aqueles que “têm
as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o
mal” – Hebreus 5.14), a emocional (ter uma personalidade equilibrada, capaz
de estabelecer relacionamentos e assumir responsabilidades). No entanto, acima
de tudo, existe a maturidade espiritual. E isso é o que o apóstolo chama
de maturidade “em Cristo”, ou seja, ter um relacionamento maduro com Cristo.
Segundo o grande teólogo John Stott, “ser maduro é ter um relacionamento com
Cristo, no qual o adoramos, confiamos nele e lhe obedecemos”.
É hora de deixarmos de lado o “leite espiritual”, a
“mamadeira”, e buscarmos o crescimento que só o Senhor pode nos dar.
Amadurecer! Ainda que seja doloroso, porque crescer dói.
Encerro, com a frase dita por Cao Shengjie
(presidente do Conselho Cristão Chinês):
“Alguns dizem
que a Igreja está indo bem quando há crescimento numérico [...] e queremos ver
pessoas sendo acrescidas à Igreja todos os dias. Porém, não estamos buscando
apenas números, mas que o aumento nos números corresponda à confirmação de fé
da Igreja.”
Não caia no erro de pensar como os cristãos megalomaníacos
do presente século!
Que Deus possa nos ampliar a visão, para que
possamos crescer em maturidade, e para que através de nós outras pessoas também
possam mostrar-se maduras.
Deus nos abençoe!
Na graça e no amor de Jesus,
Pr. Ciro Mendes Freitas
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