15 de abril de 2012

A humanidade da criança (não nascida) destruída

Somente na Espanha, no decorrer de 2010, 314 crianças foram retiradas do ventre materno a cada dia. Foram 113.031 abortos provocados durante o ano, segundo o ministério da saúde daquele país. Em números absolutos, houve um aumento de 1.550 abortos em relação ao ano anterior. Para contrabalançar essa epidemia, a americana Abby Johnson, ex-diretora de uma clínica de abortos no Texas, lançou o livro “Sin Planificar”, na Universidade CEU San Pablo, em Madri, cinco dias antes do último Natal.

Depois de trabalhar durante anos em uma clínica especializada em abortos, Johnson mudou de opinião e de profissão de uma hora para outra e declarou que o aborto se converteu em um vírus que está se infiltrando na sociedade. Para ela, os que financiam ou trabalham em centros que praticam o aborto deveriam se dar conta da humanidade da criança destruída.

Em seu livro, Abby Johnson explica que mudou de lado definitivamente porque, ao realizar um aborto, percebeu pela ultrassonografia que o feto de treze semanas reagia contra o processo, retorcendo-se violentamente. A criança queria permanecer onde estava. Isso aconteceu em setembro de 2008, quando ela estava com 28 anos. Não é apenas a pessoa que está sendo formada na barriga da mãe (Sl 139.13) que sofre: “Normalmente, o aborto deixa a mulher com sequelas de dor, culpa e sobrecarga emocional que, em muitos casos, podem durar a vida inteira”. Johnson acrescenta que o “efeito dominó” não termina aí. De algum modo, toda a família e as pessoas próximas também sofrem com o aborto. Casada com um ex-luterano e mãe de uma menina de 6 anos, Johnson trabalha hoje com a organização americana Unidos pela Vida.

A recente experiência de Abby Johnson coincide com a experiência mais remota de outra americana que também mudou de ideia e fechou a clínica de abortos fundada em Jackson, no Mississipi. Trata-se de Beverly A. McMillan, médica especializada em ginecologia e obstetrícia.

Em seu período de residência na Clínica Mayo, em Chicago, em 1969, McMillan teve que tratar de mulheres com febre, sangramento, úteros inchados e sensíveis, vítimas de abortos clandestinos, o que a tornou aborcionista por convicção. Ela recebeu com alegria a decisão da Suprema Corte que legalizou o aborto em 22 de janeiro de 1973. À época, a médica era agnóstica e tinha tudo o que desejava (casamento estável, três filhos saudáveis, uma carreira médica promissora, roupas à vontade, uma boa casa, um carro novo). Contudo, sentia-se deprimida e chegou a pensar em suicídio. Depois de ler o livro “O Poder do Pensamento Positivo”, de N. V. Peale, McMillan comprou uma Bíblia e leu em pouco tempo todo o Novo Testamento. “À medida que lia a Bíblia nos meses seguintes, me sentia cada vez mais desconfortável em fazer abortos”, afirmou a médica. Por causa disso, ela deixou a prática, embora continuasse como diretora da clínica até 1978. Por ter crescido na fé e se tornado membro de uma igreja evangélica, McMillan desligou-se de qualquer atividade ligada ao aborto. Ela mesma explica: “Quando entendi a santidade da vida humana antes do nascimento, mudei de ideia sobre o aborto”.

Texto extraído da Revista Ultimato (edição 335, pg.18).

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